Por Teresinha Brandão
“_ O que o padeiro falou para Jonh Lennon?
_ O sonho acabou.”
Quando usamos a linguagem, costumamos desenvolver o que duas pesquisadoras da linguagem – Koch & Elias _ em Ler e compreender, da Contexto, denominam de competência metagenérica:
“(...) cotidianamente, em nossas atividades comunicativas, são incontáveis as vezes em que não somente lemos diversos textos, como também produzimos ou ouvimos enunciados, tais como: escrevi uma carta, recebi o e-mail, achei o anúncio interessante, o artigo apresenta argumentos consistentes, fiz o resumo do livro, a poesia é de um autor desconhecido, li o conto, a piada foi boa, que tirinha engraçada” (2006; p. 101 – 102). (Grifos das autoras).
Os termos em itálico são considerados gêneros do discurso, nesses casos, bastante conhecidos no cotidiano. As autoras acrescentam:
“(...) os indivíduos desenvolvem uma competência metagenérica que lhes possibilita interagir de forma conveniente, na medida em que se envolvem nas diversas práticas sociais. É essa competência que possibilita a produção e a compreensão de gêneros textuais, e até mesmo que os denominemos (...)” (Grifos das autoras).
Em Os gêneros do discurso, Bakhtin, um estudioso da linguagem, afirma que não há comunicação senão por meio de gêneros e os define como um conjunto de “tipos relativamente estáveis de enunciados” (1997, p.279). Sobre a estabilidade dos gêneros explica: “Se não existissem os gêneros do discurso e se não os dominássemos, se tivéssemos de criá-los pela primeira vez no processo da fala, se tivéssemos de construir cada um de nossos enunciados, a comunicação verbal seria quase impossível.” (idem, p. 302).
Quando usamos a linguagem, costumamos desenvolver o que duas pesquisadoras da linguagem – Koch & Elias _ em Ler e compreender, da Contexto, denominam de competência metagenérica:
“(...) cotidianamente, em nossas atividades comunicativas, são incontáveis as vezes em que não somente lemos diversos textos, como também produzimos ou ouvimos enunciados, tais como: escrevi uma carta, recebi o e-mail, achei o anúncio interessante, o artigo apresenta argumentos consistentes, fiz o resumo do livro, a poesia é de um autor desconhecido, li o conto, a piada foi boa, que tirinha engraçada” (2006; p. 101 – 102). (Grifos das autoras).
Os termos em itálico são considerados gêneros do discurso, nesses casos, bastante conhecidos no cotidiano. As autoras acrescentam:
“(...) os indivíduos desenvolvem uma competência metagenérica que lhes possibilita interagir de forma conveniente, na medida em que se envolvem nas diversas práticas sociais. É essa competência que possibilita a produção e a compreensão de gêneros textuais, e até mesmo que os denominemos (...)” (Grifos das autoras).
Em Os gêneros do discurso, Bakhtin, um estudioso da linguagem, afirma que não há comunicação senão por meio de gêneros e os define como um conjunto de “tipos relativamente estáveis de enunciados” (1997, p.279). Sobre a estabilidade dos gêneros explica: “Se não existissem os gêneros do discurso e se não os dominássemos, se tivéssemos de criá-los pela primeira vez no processo da fala, se tivéssemos de construir cada um de nossos enunciados, a comunicação verbal seria quase impossível.” (idem, p. 302).
Da mesma forma, preocupa-se em analisar o que denomina relativamente. Segundo o teórico da linguagem, os gêneros devem ser entendidos como fenômenos e práticas de ação social, únicos e concretos, pois determinados por suas condições de produção, em sua essência, variáveis.
Se vocês, ao lerem o texto que acompanha a imagem de Jonh Lennon, tivessem de identificá-lo, provavelmente diriam que se trata de uma piada ou pegadinha. Foi possível identificá-lo como tal porque, de um lado, a forma (estrutura linguística) _ “O que ‘X’ falou para ‘y’?”; “O que é o que é?” _ já adquiriu uma certa estabilidade no conjunto de enunciados que, no contexto brasileiro, estruturam, de um modo geral, as piadas ou pegadinhas. De outro, percebe-se um estranhamento pois “O sonho acabou” é um enunciado que, noutras condições de produção, expressava um(uns) sentido(s)diferente(s). Na canção God, John compôs a célebre frase “The dream is over” em referência à dissolução dos Beatles e ao fato de não acreditar nos Beatles e em Jesus, afirmando ser Deus “um conceito pelo qual medimos nossa dor”. Esse deslocamento de sentidos, decorrente do termo “sonho” (utopia, idealismo), no tempo e no espaço, bem como a expressão “padaria” como referencial de um lugar onde se vendem “sonhos” (alimento), provocou um estranhamento que, por sua vez, ocasionou um efeito de sentido de humor."
Outros exemplos, queridos alunos?
Se vocês, ao lerem o texto que acompanha a imagem de Jonh Lennon, tivessem de identificá-lo, provavelmente diriam que se trata de uma piada ou pegadinha. Foi possível identificá-lo como tal porque, de um lado, a forma (estrutura linguística) _ “O que ‘X’ falou para ‘y’?”; “O que é o que é?” _ já adquiriu uma certa estabilidade no conjunto de enunciados que, no contexto brasileiro, estruturam, de um modo geral, as piadas ou pegadinhas. De outro, percebe-se um estranhamento pois “O sonho acabou” é um enunciado que, noutras condições de produção, expressava um(uns) sentido(s)diferente(s). Na canção God, John compôs a célebre frase “The dream is over” em referência à dissolução dos Beatles e ao fato de não acreditar nos Beatles e em Jesus, afirmando ser Deus “um conceito pelo qual medimos nossa dor”. Esse deslocamento de sentidos, decorrente do termo “sonho” (utopia, idealismo), no tempo e no espaço, bem como a expressão “padaria” como referencial de um lugar onde se vendem “sonhos” (alimento), provocou um estranhamento que, por sua vez, ocasionou um efeito de sentido de humor."
Outros exemplos, queridos alunos?
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