BLOGUE DA ESCOLA SANTA MÔNICA _ PELOTAS/RS

"Chega mais perto e contempla as palavras.

Cada uma tem mil faces secretas sob a face neutra.

E te pergunta, sem interesse pela resposta.


Pobre ou terrível, que lhes deves:

'Trouxeste a chave?' "

(Carlos Drummond de Andrade. Procura da poesia)

terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

Algumas palavras sobre a contação de histórias

O fio de Ariadne

Segundo a mitologia grega, Teseu, herói ateniense, ao saber que a sua cidade deveria pagar a Creta um tributo anual _ sete rapazes e sete moças _ para serem entregues ao temível Minotauro, que se alimentava de carne humana, solicitou ser incluído entre eles. Em Creta, encontrou-se com Ariadne, a filha do rei Minos, a qual se apaixonou pelo jovem. Como o Minotauro vivia em um labirinto, encerrado, Ariadne prometeu ajudar seu amado. Para tanto, deu-lhe um novelo de linha (o "fio de Ariadne"), que deveria desenrolar tão logo entrasse no labirinto, assim facilitando sua saída com êxito do local. Ajudado por Ariadne, Teseu adentrou o labirinto, matou o Minotauro e, com a ajuda do fio que desenrolava, encontrou o caminho de volta.



As mil e uma noites

Xeriar era um rei extremamente cruel. Dizem que a causa de tamanha maldade devia-se à traição conjugal da primeira esposa. Assim, o insaciável Xeriar, dia após dia, desposava uma virgem, a qual mandava matar depois de passarem a noite juntos. O rei já havia matado três mil mulheres! Certo dia, conheceu uma estranha, linda e misteriosa jovem _ Sherazade _, a filha de um sultão. Para surpresa do pai da jovem, Sherazade se ofereceu como esposa ao rei. No entanto, seu pai, assustado, protestou diante de tal ideia. Ela, porém, insistiu em seu intento.

Sherazade era muitíssimo culta. Conta-se que ela tinha uma coleção de mil livros, incluindo títulos de poesias, filosofia, história, artes, entre outros. Além de inteligente e culta, era uma companhia agradável e uma linda mulher.

Chegada a noite para se apresentar ao rei, entrou em seus aposentos e solicitou-lhe receber uma última visita, a de sua irmã, Duniziade. Xeriar permitiu. No meio da conversa, como havia combinado antes com a irmã, esta lhe pediu que contasse uma história. O rei escutou atento e curioso a primeira história. Depois disso, pediu a Sherazade que lhe contasse uma outra história. Sherazade, contudo, negou alegando já ser madrugada, então, só poderia continuar na noite seguinte, quando lhe prometeu contar outra ainda mais interessante. Nas noites seguintes, o rei já aguarda excitado para ouvir as magníficas narrativas de Sherazade. Assim, a jovem foi sempre contando novas histórias e o rei a mantinha viva até que, depois de mil e uma noites e três filhos, o rei, seduzido pela fascinante riqueza interior de Sherazade, tornou-se mais gentil e, principalmente, mais sábio e humanizado pelo muito que aprendera com suas histórias. Decidiu então não apenas desistir de matá-la, como também fazer dela sua rainha.

Textos extraído de Tear de Sentidos (
aqui). Na primeira imagem, Ariadne; na segunda, Sherazade. Conheçam o site Cor & Poesia _ belíssimo! _ de onde foram extraídas (aqui).
O que os dos textos acima têm a ver com a contação de histórias...? Veremos...!

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