BLOGUE DA ESCOLA SANTA MÔNICA _ PELOTAS/RS

"Chega mais perto e contempla as palavras.

Cada uma tem mil faces secretas sob a face neutra.

E te pergunta, sem interesse pela resposta.


Pobre ou terrível, que lhes deves:

'Trouxeste a chave?' "

(Carlos Drummond de Andrade. Procura da poesia)

sexta-feira, 26 de março de 2010

Considerações sobre microcontos (8ª série)

Imagem: os menores livros do mundo (aqui)
Por Laís Lima Costa

Para trabalhar com micronarrativas nas 8ª séries do Fundamental, selecionei algumas colunas de Voltaire de Souza (cliquem nos números para obter informações sobre o autor e ler seus textos: 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7 e 8).

Iniciamos a atividade com a leitura e
discussão dessas colunas, que sempre apresentam no seu desfecho um dito popular, provérbio ou máximas, (re)significados ou não. Depois de refletirmos sobre o sentido literal/não-literal de alguns ditados populares, solicitei aos alunos que os contextualizassem respondendo à pergunta: "Em que situação vocês imaginam poder empregar esses ditados? Gostariam de modificá-los? Se modificarem, em quais outras situações poderiam ser utilizados?". Após responderem, avaliamos as colunas observando sua estrutura, características e outros detalhes. Então, pedi-lhes que escrevessem uma micronarrativa semelhante à do autor. O resultado foi a produção de textos muito criativos.

Muito sucintamente, e adotando uma concepção tradicional de narrativa, podemos afirmar que as micronarrativas são um gênero caracterizado pela concisão e brevidade, estruturado numa linguagem densacontida, com muita economia de palavras –, coesa e intensa. A dimensão de tais contos é, portanto, compreendida pela sua profundidade temática.

Nesse gênero textual, observam-se os seguintes elementos: personagem(ns), que, numa sucessão de ações interligadas (explícita ou implicitamente), desencadeiam um conflito − seja psicológico seja existencial − numa narrativa. A tensão é, portanto, fundamental nesse gênero. O efeito da narrativa não se manifesta pela extensão, mas pela intensidade, o que não está escrito, mas, pela omissão, pelo imprevisível, pelo que surpreende. O foco narrativo geralmente é marcado pela 1ª ou 3ª pessoas do singular, ora com o emprego do discurso direto, ora, indireto.

No post a seguir, serão expostos os ditados, provérbios ou máximas analisados em sala de aula. Desejo-lhes uma excelente sexta-feira! Bj, profª Laís!

Nenhum comentário: